Quando você escuta falar em múmias, provavelmente, logo vem à sua cabeça a imagem do Egito Antigo. Até mesmo porque a mumificação se tornou famosa na antiguidade e foi com esse povo, que acreditava na reencarnação, que essa técnica ganhou destaque pelo mundo. Hoje, isso parece um pouco distante da realidade de outros países, como o Brasil. Mas, e se você soubesse que ainda existe uma múmia no Brasil?

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A riqueza da cultura egípcia e a mumificação

Além de ter marcado época, a civilização egípcia foi uma das mais ricas e antigas do mundo. Dessa forma, influenciou diversas outras. Com os seus impérios e suas descobertas, contribuiu para avanços científicos e técnicos que usamos como base nos dias atuais. Por exemplo, a mumificação contribuiu para o estudo dos órgãos do corpo humano. Inclusive, você sabia que os egípcios removiam os cérebros dos faraós nesse processo?

Mas, não para por aí, esse povo também desenvolveu as bases da aritmética, da religião, contribuiu para a filosofia, para a geometria, para a engenharia e para diversas outras áreas. Vai falar que você nunca se encantou e se perguntou como as pirâmides foram construídas naquela época sem a ajuda da tecnologia que temos hoje? Pois então, a riqueza da cultura egípcia foi e ainda é imensa e impacta na nossa civilização.

Múmia no Brasil

Mas, voltando às múmias, o interessante é que os egípcios eram tão evoluídos nesse processo que ainda hoje é possível encontrar múmias em locais do país em bom estado de conservação, o que só comprova a riqueza da técnica egípcia. Inclusive, a técnica de mumificação era tão incrível que possibilitou o transporte de algumas delas para que participassem de exibições pelo mundo.

Mas, qual é a múmia que existe no Brasil?

O Brasil nem de longe é o primeiro lugar que passa pelas nossas cabeças quando a gente fala em múmia! Mas, neste país há, sim, restos de uma múmia que viveu há cerca de 2.500 anos e seu nome era Tothmea.

Foi em Luxor, que era a capital de Tebas, em que se encontrou Tothmea, em 1886. Após a descobrirem, o país recebeu a visita de um secretário americano, Samuel Sullivan Cox, que a recebeu de presente de um amigo local, juntamente com uma outra múmia. Sendo assim, Tothmea ficou em um depósito por cerca de 2 anos. Após esse período, ela foi a levada a uma exposição no Museu George West, que fica em Round Lake. Porém, lá, retiraram parte das faixas que a preservavam, tudo isso principalmente para que pudesse observá-la melhor e com maiores detalhes. Porém, isso provavelmente contribuiu para a piora do seu estado debpreservação ao longo do tempo. De qualquer forma, Tothmea permaneceu no Museu George West por mais de 30 anos.

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Um período conturbado para a múmia até chegar no Brasil

Acontece que, após esse período, o museu encerrou suas atividades. Então, depois disso, a múmia passou por uma situação de abandono, descuido e ficou em um local não apropriado, muitos dizem que ficou por um período apenas jogada em um celeiro, chegando a ser objeto de decoração de Halloween. Sendo assim usada para brincadeiras de crianças, segundo informações do arqueólogo Moacir Santos.

Foi nesse intervalo de tempo que Tothmea sofreu danos e perdeu parte do seu rosto. Após certo período, encontrou novamente um museu para a sua exposição. Porém, como tinha perdido parte do seu rosto, o diretor do museu não a manteve lá por muito tempo.

Então, foi em 1978 que Round Lake conseguiu a múmia emprestada de volta. Só que, como o Museu George West havia fechado, a múmia não tinha mais um museu para ser exposta. Sendo assim, a historiadora Mary Hesson a levou ao seu escritório.

Cerca de 10 anos depois, a múmia foi então transferida para o Museu Rosacruz de San Jose que fica na Califórnia e, cerca de 8 anos depois, finalmente chegou, como doação, ao Brasil. Ficando até hoje no Museu Egípcio e Rosacruz, a cidade de Curitiba, que fica no Paraná.

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A reconstituição facial de Tothmea

Vale ressaltar que a história não para por aí, diante da curiosidade de ter uma múmia no país, Moacir Santos ajudou no projeto de investigação da história da múmia. Sendo assim, após uma tomografia de Tothmea, por meio da análise da dentição e do estado dos seus ossos, os especialistas chegaram à conclusão de que a mulher faleceu com cerca de 25 anos e possuía apenas 1,48 m de altura.

Apesar de, até o momento, não terem descoberto a causa da morte da múmia, é interessante destacar que no seu caixão estava escrito que ela era servidora de Ísis. Então, isso faz os arqueólogos pensarem que provavelmente ela viveu na época de adoração da deusa egípcia Ísis, talvez sendo cantora de um dos seus templos.

Uma outra curiosidade é que em 2013, foi realizada uma simulação facial em 3D pelo designer forense Cícero Moraes, de como seria o rosto de Tothmea. Segundo essa reconstituição e simulação, a múmia seria negra, com olhos castanhos claros e cabelos compridos. Além de usar diversos acessórios. Porém, vale destacar que, apesar dos estudos, não é possível garantir que essa imagem seja realmente próxima da real.