Existe deus egípcio mau? Conheça Seti e suas aparências estranhas

Se você é fã de filmes, certamente saberá quem era Seti, pois ele apareceu no filme “Deuses do Egito”. Na mitologia egípcia, não existe um deus que seja inerentemente “mau”, como em algumas mitologias que possuem divindades malignas. No entanto, há um deus egípcio que é uma exceção. Este é Seti (também conhecido como Set ou Sutekh), que frequentemente os antigos egípcios retratavam em sua mitologia como um deus associado ao caos, à desordem e à violência.
Os egípcios também acreditavam que ele era o deus do deserto e das tempestades, no que diz respeito à natureza. Ele também era considerado o protetor dos viajantes no deserto, proporcionando proteção contra os perigos do ambiente desértico.
A principal esposa de Seti era Néftis, também uma deusa importante no panteão egípcio. Néftis era a irmã de Ísis, Osíris, e do próprio Seti, que frequentemente os egípcios representaram como deusa da morte, do luto e protetora dos mortos. Quanto aos filhos, Seti é muitas vezes citado como pai de Anúbis, o deus com cabeça de chacal associado à mumificação e aos rituais funerários.
Como os egípcios retratavam Seti?
Assim como a mitologia egípcia é confusa, a forma de Seti também era, pois ele foi retratado com várias formas animais. Por exemplo, ele tinha a forma de um porco preto quando, segundo o mito, feriu Horus no olho, enquanto todo mês ele atacava e devorava a lua, onde, de alguma forma, a alma de Osíris havia se refugiado.
Em outros mitos, retratavam ele como um animal imaginário, com focinho fino e curvado, orelhas eretas e cortadas na ponta, e cauda rígida e bifurcada. Como era impossível identificar esse animal com qualquer outro conhecido, os egípcios o chamaram de “animal tifônico” e, eventualmente, criaram essa criatura mítica. Às vezes, apresentavam ele como um homem, mas com a cabeça desse ser mítico mencionado acima.
Os egípcios não sabiam como retratar um deus tão sombrio, então lhe deram a cabeça daquele animal estranho com orelhas quadradas e um focinho longo. E como suas formas não têm fim, vale dizer que também o retratavam com a cabeça de um tamanduá.
Seti na mitologia egípcia
Também conheciam Seti como o deus da guerra e da força. Nessa qualidade, consideravam-no poderoso e agressivo, e ele às vezes defendia a ordem divina contra seus inimigos. Em alguns períodos, consideravam-no o protetor dos reis, especialmente quando eles enfrentavam ameaças externas.
Ele era conhecido por seu papel no mito de Osíris, onde travaram batalhas épicas. Segundo o mito, Seti assassinou seu irmão Osíris, por ciúme e ambição, desmembrando seu corpo e espalhando-o em pedaços. A esposa de Osíris, Ísis, e seu filho, Hórus, acabaram vingando sua morte, levando a uma longa inimizade entre Seti e seu sobrinho.
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Os sacerdotes de Osíris se opuseram ao culto de Seti
Em meados do século X a.C., durante a 22ª dinastia, o sacerdócio de Osíris quebrou as estátuas de Seti e destruiu suas representações em relevo. Eles obrigavam qualquer um que escrevesse seu nome a apagá-lo. Eventualmente, eles o baniram do panteão egípcio, transformando-o no deus dos contaminados. Assim, eles transformaram o antigo governante do Alto Egito em um tipo de oponente, contra todos os deuses.
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Um dos deuses que mantinha o equilíbrio no mundo
No entanto, nem todos os lugares retratam Seti como mau. Em certos contextos, as pessoas o adoravam como um protetor, especialmente no Alto Egito, onde o consideravam uma força necessária para o equilíbrio cósmico, representando o caos que se opõe a Maat, o princípio da ordem e harmonia.
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