Fome ou desejo? Saiba reconhecer quando você precisa comer!

Aquela vontade repentina de comer algo doce, salgado ou gorduroso, que parece surgir do nada, é o que chamamos de desejo alimentar. Embora pareça que essas vontades surjam do nada, a verdade é que as coisas não são tão simples assim.
Todos nós já dissemos em algum momento: “Estou com vontade de comer…” (complete com o que quiser), e muitas vezes assumimos que essa vontade é um sinal de fome. No entanto, fome e o “desejo alimentar” não são o mesmo.
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Fome versus desejo alimentar
Quando dizemos “estou com fome”, estamos nos referindo a uma necessidade biológica. É a necessidade do nosso corpo por nutrientes e energia para realizar corretamente suas funções.
Assim, para atender a essa necessidade, devemos consumir a quantidade necessária de alimentos. Então, se não conseguimos comer em um período razoável, nosso estômago começa a roncar e, às vezes, podemos ficar irritados. Porém, se exagerarmos e ignorarmos a fome por muito tempo, podemos até experimentar sintomas graves, como fadiga, tontura e fraqueza.
O desejo alimentar, por outro lado, é algo totalmente diferente. É o desejo intenso de consumir um tipo específico de alimento. Queremos algo doce ou salgado aqui e agora, mesmo que tenhamos acabado de desfrutar de uma refeição completa. Surge de repente e exige ser satisfeita imediatamente.
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Desejos alimentares e a falta de nutrientes
Antigamente, os desejos alimentares se associavam à ingestão insuficiente de certos nutrientes. O desejo por carne, por exemplo, era visto como um sinal de falta de ferro, enquanto a necessidade por queijo estava ligada à falta de cálcio. No entanto, as evidências científicas disponíveis hoje não são suficientes para apoiar essas associações.
Como explica a especialista, se isso fosse verdade, pessoas com deficiência de magnésio desejariam alimentos ricos nesse mineral, como amêndoas, aveia ou brócolis, e não necessariamente uma comida específica, como o chocolate.
As causas dos desejos alimentares
A vontade intensa de consumir algo pode ter várias causas, que nem sempre são fáceis de identificar. Por isso, os nutricionistas listam algumas dessas causas:
1. Dieta desequilibrada
Às vezes, é simples: algo está faltando na nossa dieta diária. Talvez não tenhamos bebido água suficiente, ou não consumimos fibras ou proteínas. A falta de hidratação pode desencadear desejos através de processos complexos. A ausência de certos nutrientes pode resultar em necessidades não atendidas, aumentando as vontades.
2. Restrição alimentar
A privação gera desejo. Então, se pulamos o café da manhã ou o almoço, as chances de um desejo noturno por algo rápido e, possivelmente, não saudável, aumentam. O mesmo acontece com uma distribuição inadequada das refeições ao longo do dia.
3. Comida proibida
Alimentos “proibidos” frequentemente despertam ainda mais desejo. Quando tentamos reprimir a vontade de comer algo, essa repressão pode intensificar nosso desejo, fazendo com que pensemos nisso por dias até finalmente ceder.
4. Comida emocional
Quando estamos tristes, recorremos ao sorvete no congelador. Quando estamos estressados, procuramos um saco de batatas fritas. Muitas vezes, um estado emocional específico está associado a um determinado alimento. Esse fenômeno é conhecido como “comida emocional”. Acreditamos que comer algo vai nos fazer sentir melhor.
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5. Hábitos e contextos
Assistir a um jogo de futebol combina com pizza ou churrasco, e uma sessão de cinema com pipoca e refrigerante. Então, quando nosso cérebro associa o consumo de um alimento específico a um determinado contexto, toda vez que esse contexto se repete, queremos comer aquele alimento.
6. Privação de sono
Até mesmo o sono pode influenciar as vontades alimentares. Se dormimos menos de 7 horas por noite, no dia seguinte é provável que sintamos cansaço e uma vontade urgente de consumir carboidratos, que são uma fonte rápida de energia para o cérebro e o corpo.
7. Hormônios
Em muitas situações, os hormônios, como os estrogênios, são os culpados pelas vontades inexplicáveis. Durante a menstruação ou a gravidez, as oscilações hormonais resultam na conhecida cena de uma mulher com um croissant em uma mão e batatas fritas na outra.
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Como lidar com os desejos alimentares
Para lidar com os desejos alimentares, o primeiro passo é identificar a causa que as provoca. Após descobrir a origem do problema, a solução se torna mais simples. Por exemplo, caso você esteja pulando refeições, é necessário planejar melhor o dia. Dormir apenas cinco horas também exige ajustes, como tentar ir para a cama um pouco mais cedo, mesmo que seja necessário sacrificar o final do filme. Quando o estresse diário parece insuperável, buscar a ajuda de um profissional de saúde mental pode ser a chave. Se a situação continuar difícil de administrar, a melhor alternativa é procurar a orientação de um nutricionista certificado.