Pergaminho: descubra onde foi descoberto o antecessor do livro

Quando pensamos em livros antigos, muitas vezes nos vem à mente a imagem de manuscritos elaboradamente decorados. Porém, o que muitos não sabem é que esses livros foram feitos em pergaminho. Mas, o que é um pergaminho? É um material de escrita que revolucionou a preservação do conhecimento. Portanto, vamos explorar a história e a importância do pergaminho, desde suas origens até seu impacto duradouro.
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Qual é a origem do pergaminho?
Antes de mais nada, o pergaminho surgiu como uma alternativa ao papiro, que era o principal material de escrita no antigo Egito. No século II a.C. Acontece que a cidade grega de Pérgamo, na Ásia Menor (atual Turquia), enfrentou uma escassez de papiro devido a uma disputa com os egípcios. Então, em resposta, os escribas de Pérgamo desenvolveram um novo material de escrita usando pele de animais, como bezerros, ovelhas e cabras. Assim, esse material tornou-se famoso como pergaminho, em homenagem à cidade de Pérgamo.
Conheça Pérgamo, a antiga cidade grega

Pérgamo tornou-se célebre durante a dinastia dos Atálidas, que governou o Reino de Pérgamo durante os tempos helenísticos até a chegada dos romanos. O seu nome “Pérgamo” significava acrópole, um termo adequado, pois a cidade estava construída em uma colina de 300 metros. Atualmente conhecida como a cidade de Bergama, foi construída às margens do rio Caico (atual Bakır ou Bergama Çay), a uma distância de aproximadamente 28 km de sua foz.
Os Ptolemeus, que governavam o Egito após a conquista de Alexandre, o Grande, não queriam que a biblioteca de Pérgamo superasse a fama da biblioteca de Alexandria. Por isso, recusaram-se a vender-lhes material de escrita. No entanto, os cientistas em Pérgamo encontraram a solução. Assim, eles criaram o pergaminho.
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Produção do pergaminho
A produção do pergaminho era um processo meticuloso. Primeiro, a pele do animal era tratada para remover gordura e sebo. Em seguida, mergulhava-se a pele em uma solução de cal e a raspavam para remover qualquer resíduo. O pergaminho era mais resistente e mais barato que o papiro e rapidamente Pérgamo se tornou o centro de comércio dele.
Você pode ter uma ideia da antiga cidade grega que criou o pergaminho. O Altar de Zeus da acrópole da antiga Pérgamo, na Ásia Menor, fica no centro da sala principal do Museu de Pérgamo em Berlim.
As vantagens e desvantagens
O pergaminho tinha várias vantagens sobre o papiro:
O pergaminho durava até 1000 anos. Enquanto o papiro se deteriorava rapidamente. Além disso, podiam apagar e reescrever textos no pergaminho, tornando-o prático para manuscritos que precisavam ser atualizados. Ademais, dobravam e vincavam o pergaminho sem que ele se quebrasse, ao contrário do papiro frágil.
Mas tinha desvantagens também:
No entanto, o material era particularmente sensível às condições ambientais e à umidade, e mudanças abruptas causavam enrugamento ou encolhimento.
Inclusive, alguns artistas contemporâneos exaltam essa característica do pergaminho e acreditam que, dessa forma, o material parece “vivo”. Como se fosse um verdadeiro colaborador na obra artística.
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O uso do pergaminho
O povo antigo usava pergaminho para criar dois tipos principais de documentos:
Rolos: um grupo de folhas costuradas em continuidade para formar um rolo (usado até o século IV-V d.C.).
Códices: um grupo de folhas costuradas na forma de caderno, precursor do livro moderno. O códice se tornou popular após o século IV, devido à sua praticidade e durabilidade.
Para escrever, utilizavam cálamos (canas ou juncos) e penas, mergulhados em tinta feita de fuligem, goma arábica e água. Além disso, o pergaminho se dividia em linhas ou colunas, e era possível corrigir os erros raspando a tinta. Também, se adicionavam iluminuras decorativas com pigmentos naturais e ouro. Então, finalizavam os pergaminhos os costurando em códices com capas de madeira ou couro.
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Um dos materiais mais importantes na história
Por fim, o pergaminho teve um papel importante na preservação do conhecimento durante a Idade Média. Assim, ele permitiu a cópia e a conservação de obras importantes, muitas das quais sobreviveram até hoje graças a esse material durável. Além disso, a prática de reciclar pergaminhos antigos, conhecida como palimpsesto, também demonstra a versatilidade e o valor desse material.
Finalmente, o pergaminho foi substituído pelo papel, uma invenção chinesa que apareceu na Europa no século XI, na Andaluzia mourisca.