Morar na Lua? NASA descobriu caverna na lua para habitação

Recentemente, pesquisadores descobriram uma caverna subterrânea significativa na Lua, que é acessível diretamente da superfície. A descoberta mais surpreendente, no entanto, é que essa caverna se mostra ideal para a construção de uma futura base lunar, de acordo com cientistas.
Essa caverna, situada na Mare Tranquillitatis (Mar da Tranquilidade), é acessível através de um poço aberto. Foi precisamente nessa planície de lava que os astronautas da Apollo 11, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, pousaram e pisaram na Lua pela primeira vez, há mais de meio século.
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A caverna com dimensões impressionantes
A análise de dados de radar, realizada pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA, revelou que o poço Mare Tranquillitatis, o mais profundo conhecido na Lua, leva a uma caverna com 45 metros de largura e até 80 metros de comprimento. Essa caverna se localiza cerca de 150 metros abaixo da superfície lunar.
Além disso, a BBC reportou que a caverna possui uma claraboia na superfície lunar, que conduz a paredes verticais e salientes, além de um piso inclinado que pode se estender ainda mais no subsolo. Formada há milhões ou até bilhões de anos, essa caverna surgiu quando a lava fluiu na Lua, criando um túnel na rocha. Provavelmente, esta caverna é apenas uma entre centenas que existem na Lua.
O professor Lorenzo Bruzzone, da Universidade de Trento, na Itália, explicou que a caverna é “provavelmente um tubo de lava vazio”. Ele destacou que tais formações poderiam servir como habitações humanas para futuros exploradores, oferecendo “um abrigo natural contra o ambiente hostil da Lua”.
Compreendendo a magnitude da caverna, os pesquisadores rapidamente perceberam seu potencial como local para uma base lunar. O professor Leonardo Carrer, também da Universidade de Trento, comentou que “é lógico pensar que, assim como a vida na Terra começou em cavernas, os humanos poderiam viver nelas na Lua”.
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As cavernas lunares apresentam vantagens claras para a habitação
Imagens anteriores do LRO mostraram que o fundo do poço Mare Tranquillitatis estava coberto de rochas de até 10 metros de largura.
Contudo, os pesquisadores não conseguiram determinar se o poço estava fechado ou se funcionava como entrada para uma caverna subterrânea, semelhante a um tubo de lava com a cobertura desmoronada.
Num estudo publicado na Nature Astronomy, os cientistas detalham como utilizaram dados do LRO e simulações computacionais para demonstrar que o poço de 100 metros de largura, com paredes verticais ou salientes, conduz a um piso inclinado e a uma caverna que se estende por dezenas de metros para o oeste.
Os pesquisadores pretendem explorar as rochas dentro dessas cavernas, pois elas podem conter informações fundamentais sobre a formação e a história vulcânica da Lua. Além disso, essas cavernas podem conter gelo de água, que seria vital para missões lunares de longa duração e eventual colonização.
Até agora, mais de 200 poços foram identificados na Lua. Muitos deles, localizados em campos de lava, podem ser entradas para tubos de lava subterrâneos. Leonardo Carrer explicou que a principal vantagem dessas cavernas é oferecer estruturas fundamentais para uma base humana, sem exigir construções complexas.
Enquanto preparam o retorno dos humanos à Lua, as agências espaciais já consideram avaliar a estabilidade estrutural dessas cavernas. Elas planejam reforçar suas paredes e tetos. Além disso, futuras habitações lunares precisarão de sistemas de monitoramento para detectar movimentos sísmicos. Também serão necessárias áreas de segurança para os astronautas se abrigarem em caso de desabamento.
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Preparação pelo futuro
A professora Katherine Joy, da Universidade de Manchester, considera as cavernas lunares locais ideais para futuras bases habitadas. Segundo ela, as espessas camadas de rocha nessas cavernas protegem os humanos e as infraestruturas das intensas flutuações de temperatura na superfície lunar e da radiação de alta energia.
Por fim, Robert Wagner, da Universidade do Arizona, destacou que um dos maiores desafios será o acesso. “Para entrar nesse poço, é preciso descer 125 metros até o fundo, numa encosta íngreme de destroços que pode causar pequenas avalanches para quem estiver abaixo”, disse ele. “Embora seja possível entrar e sair, isso exigirá uma infraestrutura significativa.