Microfone: como surgiu o aparelho que todos nós já usamos no ‘banho’?

Todos nós, em algum momento no passado, quando ainda éramos crianças, seguramos uma escova ou qualquer outra coisa que se parecesse com um microfone e fingimos ser cantores. No entanto, hoje estamos aqui para revelar como a tecnologia criou o acessório favorito daqueles que um dia sonharam em se tornar cantores.
Por mais estranho que pareça, o microfone é basicamente um alto-falante que funciona ao contrário! Por isso, aqui vamos explicar da maneira mais simples possível como esse dispositivo funciona. Mas antes de começarmos, vejamos quem inventou o microfone, para termos uma ideia histórica.
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Quem inventou o microfone?
É importante dizer que o microfone evoluiu através de várias tentativas e melhorias feitas por muitos inventores. Por exemplo, Alexander Graham Bell também teve uma contribuição significativa no desenvolvimento do microfone, pois o utilizou nos primeiros aparelhos telefônicos.
Michael Faraday descobriu a indução eletromagnética no início do século XIX, um princípio fundamental que mais tarde, como você verá abaixo, foi usado nos microfones.
Um dos contribuintes mais importantes no desenvolvimento do microfone foi o americano Thomas Edison, que patenteou um microfone que usava carvão como material condutor.
Outro inventor que contribuiu muito para a descoberta do microfone de carvão foi o alemão Emile Berliner. No entanto, o microfone recebeu seu nome de David Hughes, que criou um dispositivo de transmissão de som tão sensível que ele o considerou algo como um “microscópio de som” e o chamou de “microfone”.
Portanto, é difícil atribuir a invenção do microfone a uma única pessoa. Seu desenvolvimento foi um esforço gradual e colaborativo, com muitos cientistas e engenheiros contribuindo para sua evolução.
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Como funciona o microfone?

Quando falamos em frente a um microfone, nossa voz cria vibrações. Essas vibrações fazem uma fina membrana dentro dele vibrar, que está conectada a uma bobina, ou seja, um fio fino enrolado em forma de espiral.
Atrás dessa bobina, há um ímã fixo que cria um campo magnético ao seu redor. Quando a membrana vibra com nossa voz, ela move a bobina dentro do campo magnético. Esse movimento da bobina dentro do campo do ímã gera sinais elétricos.
Esses sinais elétricos gerados pela bobina são essencialmente a nossa voz em forma elétrica! Em seguida, esses sinais passam por um cabo para o dispositivo ao qual conectamos o microfone, como um computador ou um amplificador.
No entanto, os sinais elétricos produzidos são muito fracos para serem ouvidos. Por isso, precisamos de um amplificador, que é um dispositivo que aumenta a intensidade desses sinais, para que possamos ouvi-los altos e claros.
Este é o princípio básico de funcionamento do microfone. É um dispositivo que converte ondas sonoras em sinais elétricos, que são posteriormente amplificados e transmitidos para o nosso dispositivo.
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Quais são os tipos de microfones?
Os principais tipos de microfones que evoluíram ao longo do tempo são:
Microfone de carvão (1876)
Inventor: Emile Berliner, com melhorias de Thomas Edison.
Uso: usado principalmente nos primeiros aparelhos telefônicos.
Tecnologia: funciona com base na variação de resistência de um recipiente de carvão, à medida que as ondas sonoras pressionam uma membrana.
Microfone dinâmico (década de 1920)
Tecnologia: baseia-se no princípio da indução eletromagnética. Uma bobina conectada à membrana move-se dentro de um campo magnético, gerando corrente elétrica.
Uso: amplamente utilizado em apresentações ao vivo, gravações e transmissões de rádio devido à sua durabilidade.
Microfone de condensador (ou condensador) (década de 1920)
Inventor: E.C. Wente da Bell Labs.
Tecnologia: consiste em duas placas que funcionam como um capacitor. As ondas sonoras alteram a distância entre as placas, gerando sinais elétricos.
Uso: utilizado em estúdios de gravação e aplicações profissionais, devido à alta resposta e qualidade de som.
Microfone de cristal (década de 1930)
Tecnologia: baseia-se no efeito piezoelétrico. Alguns materiais geram carga elétrica quando submetidos à pressão de ondas sonoras.
Uso: comum em dispositivos de rádio e telefone mais antigos.
Microfone de fita (Ribbon microphone) (década de 1920-1930)
Tecnologia: utiliza uma fita fina de metal, que é suspensa dentro de um campo magnético. As ondas sonoras fazem a fita vibrar, gerando corrente.
Uso: muito popular em estúdios no século XX, especialmente para gravação e transmissão.
Microfone condensador elétrico (década de 1960)
Tecnologia: semelhante ao de condensador, mas usa polarização permanente em vez de alimentação externa.
Uso: amplamente utilizado em dispositivos como laptops, telefones celulares e câmeras, devido à economia e ao pequeno tamanho.
Microfone de lapela (Lavalier microphones) (década de 1970)
Tecnologia: normalmente são microfones de condensador em miniatura, projetados para serem presos às roupas ou escondidos no corpo do orador.
Uso: utilizados em produções televisivas e teatrais.
Microfones digitais (século XXI)
Tecnologia: convertem o sinal analógico de som diretamente em formato digital. Possuem pré-amplificador e conversor analógico para digital (A/D) integrados.
Uso: utilizados em estúdios modernos de gravação e aplicações de processamento de som digital.