Quem era Ísis e como virou a deusa mais importante do Egito?

Ísis é uma das deusas mais importantes do antigo Egito, cujo nome significa nada mais nada menos que “deusa” (a partir da tradução para o grego da palavra egípcia Eset ou Ese). Inicialmente, ela era uma divindade menor do Delta do Nilo, sendo senhora de Per-Hebet, ao norte de Busiris, onde se localizava seu santuário. Posteriormente, ela alcançou sua maior fama durante o período Helenístico (323-30 a.C.), e, por isso, seu culto se espalhou também por todo o Império Romano.
Além disso, Ísis foi identificada com muitas divindades da mitologia grega, como Hera, com quem compartilhava muitas características, e também com a deusa Deméter. Dessa forma, consideravam-na a personificação da terra e a protetora dos marinheiros. Ademais, seu amor conjugal, carinho maternal e poder na arte mágica fizeram dela uma das divindades mais adoradas pelos egípcios.
Segundo o mito relatado por Plutarco, Geb e Nut geraram Ísis, que nasceu no quarto dos cinco dias intercalados permitidos à sua mãe para dar à luz, na região dos pântanos do Delta. Assim, ela se tornou irmã e esposa de Osíris. Quando Osíris se tornou rei do Egito, dedicou-se a melhorar a vida dos egípcios, promovendo a civilização.
Em seguida, Ísis ascendeu ao trono com ele, ajudando-o em sua obra civilizadora e oferecendo grandes benefícios às pessoas. Dessa maneira, ela ensinou a moer o trigo, fazer pão, fiar linho, tecer e tratar doenças. Finalmente, instituiu o casamento e a família.
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Como os egípcios representam a deusa Ísis?
Os egípcios geralmente a representavam como uma mulher com um trono na cabeça (um hieróglifo que simboliza seu nome) ou, em outras representações zoomórficas, com um símbolo semelhante a uma vaca, que era um símbolo de maternidade e fertilidade. Em muitas representações, Ísis aparece segurando seu filho, Hórus, nos braços, reforçando assim sua imagem como mãe.
Além disso, Ísis muitas vezes tinha asas saindo de seus braços, que ela usava para proteger os mortos e guiá-los para o outro mundo. Em muitas representações, suas asas envolvem Osíris, seu marido, em um gesto de proteção e cuidado.

A deusa Ísis na mitologia egípcia
Ísis também era conhecida por seu grande poder mágico. Segundo os mitos, ela usou sua magia para trazer Osíris de volta à vida após sua morte pelas mãos de seu irmão Seth.
Ela mesma descobriu e reuniu as partes do corpo do marido morto. Ela foi a principal lamentadora em seu funeral e, na forma de um pássaro, sobrevoou seu corpo e o ressuscitou. Osíris voltou à vida e se tornou o rei dos mortos e juiz do submundo.
De acordo com a tradição, Ísis também protegeu seu filho Hórus de Seth, o assassino de seu pai, que queria tomar o trono. Quando Hórus alcançou a maioridade, assumiu o reinado do Egito, e com a ajuda, astúcia e habilidade mágica de Ísis, derrotou e matou seu tio, vingando a morte de seu pai.
Segundo outro mito, Ísis queria que Osíris se tornasse rei do Egito. Então, ela enviou uma cobra (uma naja) para morder Rá, o rei de todos os deuses. Ísis lhe disse que o curaria se ele lhe revelasse seu nome secreto, que era essencialmente a chave para seu poder. Inicialmente, Rá resistiu, mas, finalmente, devido à intensa dor, foi forçado a revelar seu nome secreto.
Esse nome secreto nunca é mencionado nos textos e permanece desconhecido, reforçando a ideia de que o nome contém poder ilimitado.
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Como ela virou a deusa mais importante do Egito?
Segundo outro mito, quando Ísis aprendeu o nome secreto de Rá, ela se tornou uma das divindades mais poderosas da mitologia egípcia, adquirindo poder sobre o próprio Rá.
Por fim, o asteroide 42 Ísis, descoberto em 1856, recebeu o nome dessa antiga deusa egípcia.