Anúbis: veja o que esse deus fazia com o coração dos humanos

Anúbis, também chamado de Inpu ou Anpu no antigo Egito, é uma das divindades centrais do panteão egípcio. Seu papel como deus da mumificação, protetor das tumbas e guia na vida após a morte reforça sua importância na religião e cosmologia egípcia. Sua representação e os mitos a ele associados refletem a profunda espiritualidade e a complexa visão dos egípcios sobre a morte e o além.
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Origem de Anúbis e suas relações divinas
Anúbis é frequentemente descrito como filho de Osíris e Néftis, embora algumas tradições o associem a Rá e Ísis. Essas conexões familiares reforçam a importância de Anúbis no panteão egípcio, destacando-o como uma figura-chave nas histórias sobre vida, morte e ressurreição. A mitologia egípcia é rica em histórias que conectam Anúbis a outras divindades, como Osíris, o deus da morte e ressurreição, e Thoth, o deus da sabedoria, o que sublinha sua posição como uma divindade essencial nos ritos funerários e na justiça divina.
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Como os egípcios o apresentam?
Ele geralmente aparecia com a cabeça de um chacal ou cão selvagem de cor preta, que para os egípcios simbolizava não somente destruição, mas também renascimento. Essa escolha de animal é profundamente simbólica, pois os chacais frequentemente rondavam os cemitérios, associando-se assim à morte e à vida após a morte. Anúbis usava um colar de linho branco, símbolo de pureza, destacando a santidade do processo de mumificação que ele supervisionava.
Além disso, Anúbis segurava um bastão e um ankh, símbolos de sua autoridade sobre a vida e a morte. Ele guiava as almas na transição do mundo mortal para a vida eterna no Duat, o submundo egípcio. Em algumas representações, aparecia com uma balança, destacando seu papel na “Pesagem do Coração”. Nesse ritual, ele julgava o valor moral da alma do falecido, atuando como juiz e árbitro.
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O Anúbis na mitologia egípcia
Anúbis desempenhava um papel central na cerimônia da “Pesagem do Coração”, um dos rituais mais importantes para os egípcios no pós-vida. Ele conduzia a alma do falecido até o tribunal de Osíris, onde o coração da pessoa era pesado em uma balança contra a pena de Maat, a deusa da verdade e da justiça. Se o coração se mostrasse mais leve ou igual à pena, isso indicava que a alma era justa e merecia seguir para o Aaru, o paraíso egípcio. Por outro lado, se o coração fosse mais pesado, a alma era condenada e devorada por Ammit, uma criatura demoníaca temida pelos egípcios. Anúbis, atuando como juiz e protetor da ordem cósmica, assegurava que apenas as almas dignas alcançassem a vida eterna.
A relação com um deus grego durante a época do império romano
Durante o período greco-romano, Anúbis foi associado ao deus grego Hermes. Essa ligação reflete o sincretismo entre as crenças religiosas egípcias e gregas. Na mitologia grega, Hermes desempenhava um papel semelhante ao de Anúbis como psicopompo, conduzindo as almas dos mortos ao Hades, o submundo grego. A relação entre Anúbis e Hermes exemplifica o sincretismo religioso característico do período greco-romano.
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Ο impacto cultural do deus do Egito
Por fim, como você mesmo viu acima, o Anúbis impacta não somente a cultura egípcia, mas também molda a visão ocidental da mitologia egípcia. Artistas, escritores e até a cultura pop moderna frequentemente o representam, associando-o à morte, ao julgamento e à proteção espiritual. Assim, ele se tornou um símbolo recorrente que continua a influenciar diversas formas de expressão cultural.
Seu papel como protetor dos mortos e guia das almas o coloca como uma divindade de extrema importância, refletindo a profundidade das crenças egípcias sobre a vida após a morte. Então, Anúbis não era só um deus da morte. Na verdade, era uma figura complexa que encarnava as concepções egípcias de justiça, ressurreição e a eterna vigilância sobre os mortos. Seu legado continua a intrigar e inspirar, evidenciando a rica cultura espiritual do antigo Egito.