Thoth: veja com era o deus da sabedoria do antigo Egito

Uma das divindades mais reverenciadas pelos habitantes do Antigo Egito era Thoth, o deus da sabedoria e do conhecimento. Ele desempenhava um papel muito importante na mitologia egípcia, sendo frequentemente representado de duas maneiras principais: como um homem com a cabeça de uma íbis ou de um babuíno, ambos animais sagrados para ele. Essas representações destacam seu vínculo profundo com a sabedoria e o conhecimento.
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Representações de Thoth
1. Com cabeça de íbis
Primeiramente, a representação mais comum de Thoth é com o corpo de um homem e a cabeça de uma íbis, um pássaro de bico longo e curvado. Assim, essa imagem destaca sua associação com a escrita e o conhecimento. Ele é frequentemente visto segurando um cetro e um ankh (símbolo da vida) ou uma paleta e pincel de escriba. Os antigos egípcios podem ter escolhido a íbis como símbolo de sabedoria devido a certas características comportamentais do pássaro ou pelo uso de suas penas na escrita.
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2. Como um babuíno

Em algumas representações, Thoth aparece como um babuíno ou com a cabeça de um babuíno. Esta forma está relacionada ao seu papel como deus da sabedoria e do conhecimento, já que os babuínos eram associados à lua e à meditação na cultura egípcia. As imagens de Thoth como babuíno reforçam sua conexão com a introspecção e os mistérios do universo.
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Atributos e símbolos do deus do Egito
Uma característica invariável nas representações de Thoth é o cajado mágico “Caduceu”. Este cajado, coroado com o sol e asas, entrelaçado por duas cobras de bocas abertas, simboliza a energia da Kundalini e reflete os processos triádicos do universo. O “Caduceu” conferia a Thoth o poder de transitar entre os mundos dos deuses, dos mortos e dos vivos.
Outra característica inseparável de Thoth é a paleta do escriba, que personifica sua proteção sobre as línguas, a escrita e as várias ciências exatas. Este atributo reforça seu papel como o guardião do conhecimento e da sabedoria.
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A vida do deus egípcio da sabedoria
Nas lendas, ele aparece como um rei divinizado do Antigo Egito que viveu dezenas de milhares de anos a.C., durante a era conhecida como “Reino dos Deuses”. Thoth tomou Maat como sua esposa, a deusa da Verdade e da Ordem, e sua parente próxima era Seshat, a deusa da escrita. Então, juntos, Thoth e Maat representavam a inseparabilidade da justiça e da sabedoria.
Como escriba pessoal dos grandes deuses, Thoth era uma figura central nas histórias da sociedade de Rá. Além de ser o deus da lua, ele era responsável pela contabilidade e classificação das almas dos mortos durante o julgamento de Osíris. Ademais, sua esposa, Maat, determinava o grau de pecaminosidade dos mortos, pesando seus corações em uma balança especial. Assim, esta função ilustra a crença dos egípcios na união indissolúvel entre justiça e sabedoria.
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Thoth na Mitologia e no Legado
Por fim, ele protegia a sabedoria, as letras, os cálculos e os escribas. Além disso, é creditado como o criador do calendário e senhor do tempo. Os antigos gregos reconheciam Thoth como o revelador de números e letras, bem como da geometria e astronomia. Na mitologia grega, Thoth corresponde a Hermes Trismegisto, uma figura central no Hermetismo e fundador da alquimia.
Apesar de sua grande importância, os templos dedicados a Thoth praticamente não sobreviveram até hoje. Restam apenas as ruínas de dois santuários: o templo de Tuna-El-Gebel e o templo de Ashmunein. Hermópolis, como era conhecida pelos antigos gregos, era o principal local de culto a Thoth, justificando a escassez de outros santuários dedicados a ele.
A veneração a Thoth reflete o profundo respeito dos antigos egípcios pela sabedoria, pelo conhecimento e pela ordem universal.